terça-feira, 11 de novembro de 2008

a última mão de cartas.

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à minha eterna rainha de copas - Bruna.


No jogo entre espadas e copas, restaram nossos pedaços, apenas eu e você despidas, nuas, sem máscaras, sem naipes. Nos restou a penas a cartada final: sinceridade. Então aqui estão as minhas cartas na mesa...

Eu fingi.
Por tanto tempo me escondi atrás da maquiagem, dos traços em preto e do rimel que bem delíneava os meus olhos, inventei uma imagem minha na qual eu quase consegui acreditar ser real. Mas fui a mais completa tola. Fingi frieza enquanto meu sangue fervia a cada frase que escreveras e que eu vorazmente devorava como se não pudesse viver sem elas. Fingi indiferença ao mesmo tempo que anciosamente espera que o telefone tocasse para então mergulhar em mais algumas horas de conversa, essas que me acalentavam a alma. Fingi ser dura quanto aos teus atos quando na verdade eu queria fazer o mesmo. Forcei intolerância quando o que eu queria dizer era apenas: - tudo bem meu bem. Sim eu fingi, por dois anos, dois longos anos.

Fui inerte, fui covarde, dissimulei e fracassei.

Fracassei porque não pude com tudo isso, me afastei e fui te perdendo. Por que em tola crença achei que isso nos faria sofrer menos, que a distância cicatrizaria os cortes, que o sangue esfriaria com o tempo e que o coração não bateria mais tão intensamente. Mais uma tolice, o tempo não cura os cortes, não tira as marcas, não fecha as feridas, ele apenas nos faz pensar mais nisso. Crer? Crenças? Logo eu? puramente em você.

"Você é a bala mais sedutora da vitrine, a que ninguém pode pegar com a mão. Seu sabor não é nada artificial. Sua pele é trançada de puro algodão., colorida de leite e tem o cheiro de menta dos teus cigarros. Sua boca é a minha ferida e seus olhos minha escura perdição. Suas mãos estão em código e seu corpo é o que eu quero decifrar. Seus segredos e suas angústias é o que eu gosto de conhecer, são partes suas que ninguém descobre, que você encobre com lampejos de beleza. Se eu pudesse lhe roubaria e colocaria em um lugar muito próximo dos meus olhos. Entalharia seu nome no meu peito e me colocaria dentro do seu coração. Mas nada disso poderia ser, porque você não é como uma borboleta, que é bela mesmo morta em um pote de vidro. Eu não poderia te amar diferente do que é. Nem presa e nem em dissimulada paixão. Te amo livre, te amo longe..."

Me perdi entre tantas jogadas, entre tantos blefes. Mas tudo isso foi apenas um jogo? Porque se foi, eu jogo a toalha, adimito derrota. Você ganhou. Terminou a rodada com todas as cartas de copas e com a dama de espadas em mãos. Acertou a lua como diriam os jogadores tolos como eu.

Acordo todos os dias com saudades desse amor que fora e para mim sempre será inefável. A esperança que ainda existe em mim vive aguardando que o jogo recomece, mas a pouca sanidade que me resta prefere a certeza de que o jogo acabou.

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"É fácil ser bom com palavras ísis, difícil é ser bom com pessoas".
é verdade caro amigo, a mais pura e cruel das verdades.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

e fim.

Eu não entendo o motivo de tanta filosofia barata, já fazem quatro anos.


-Minha tola teimosia permitiu que chegássemos a este ponto? tola, sim. está foi a melhor frase que puderas ter me dito, mas não foi a teimosia, foi a crença de algo havia mudado, de que você havia crescido. tola ingenuidade eu diria, pensar que o tempo faz as coisas melhorarem, amadurecerem, se concretizarem.

Talvez assim seja melhor, culpar o tempo. Não fui, não foi você, o tempo só não passou do mesmo modo para nós, não vivemos as mesmas coisas, não nos envolvemos da mesma maneira. Besteira. Política de boa vizinhança é o escambal, eis que isto pode ser sinônimo de sinceridade meu querido, abra os olhos e entenda. Desculpas? de minha parte não. Fiz apenas o que devia ter feito e o que achei ser o certo, fechei os meus olhos e acreditei cegamente nos meus passos, não medi esforços e andei, mesmo sem saber para onde ir, mesmo sem ver se o caminho era o certo, apenas acreditei.

Essa história de que eu não deveria ter dado esperanças depois de tanto tempo é conversa furada de botequim, não se trata de esperança - quem dera eu levar fé assim - mas também não se tratou de amor. Achei que o cara legal que por anos fora meu amigo não fosse mudar da água pro vinho se voltássemos, achei que a volta seria triunfante depois de quatro anos de conversas e tardes de sol, achei que seria bom, que daríamos certo ou que alguém ficaria bem com tudo isto. e nós sabemos do que estou falando.

Sim, acabou.
e podes dizer o quanto quiseres que eu acabei, que não fomos nós, que não foi um consenso, que eu joguei tudo pro alto, que eu tive medo, que eu não me abri para que tu pudesse me fazer feliz, que eu não suporto a idéia de ser feliz, que eu e eu e eu, tudo minha culpa. é verdade, talvez seja medo, ou talvez só não fosse você. entenda que eu o fiz que nem eu e nem você merecíamos tanto teatro, e olha que sou amante das artes, eu não podia mais com tanta encenação, meus pés cansaram de segurar o peso de toda esta fantasia sobre os ombros, eu não podia mais com tantos holofortes no rostos, mesmo que no final houvesse tanta gente a aplaudir a belo casal romântico. Romântico? eu intitularia: Equívocos. Uma comédia trágica, uma sucessão de cenas de nossa amizade que parece ter se esvaído quando eu disse sim, tantas coisas perdida, um longa que passaria longe de um romance épico.

você me disse está manhã: - Um dia tu ainda vai me amar como eu te amo.
e o que tenho a dizer sobre isso? talvez daqui a mais uns quatros anos, quem sabe o tempo responda.

domingo, 5 de outubro de 2008

sobre sorrisos e vontades

pra ela.

sustento minha ciência em meia dúzia de coisas banais,
mas tenho sustentado meus pensares em sorrisos casuais.

bendita-maldita-hiponitizante combinação de olhar e sorriso
a boca me parece um ímã, dentes são desejo contido,
o mover de lábios ventre, suicídio.

teu sorriso me é fragmentado,
é o refúgio da minha loucura
metade prazer - metade tortura.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

por ela.

ísis freitas por nicole marcel:

eu diria que ela é uma mulher vestida de menina, uma garota da noite e uma doce criança do dia, um pedaçinho do céu com uma pitada de inferno. mantém um contorno nos olhos, disfarça olhares, finge brincar quando fala sério, mas não me engana, essa garota não me engana, nossos segredos guardados a sete chaves dentro do peito. conheço a garota atrás da maquiagem, atrás das carinha de bem-me-quer e mal-me-quer, minha paixão desmedida.

quanto tempo? 6 anos. 1 e meio separadas? triste realidade. mas me diz ainda fazes aquele charminho de sorriso maroto que deixa aparecer as covinhas quanto estás tramando algo? aposto que sim. sempre foi assim e sempre será, passem quantos anos forem. meu pequeno tesouro, melhor amiga da vida, tatuada na minha pele. minha pequena caixinha de música.

eu te diria que és foda se não te considerasse um orgasmo múltiplo. pois é, eu gosto tanto dela assim. ♥

terça-feira, 22 de julho de 2008

Quereres -
Vou lhe contar uma história. Se ela é real ou não, não sei ao certo.

[...] Era uma vez uma garota, ah.. tolice, era uma vez ela, vamos chamá-la apenas de Lisa por enquanto. Lisa. Jovem, animada, as vezes fria e calculista, as vezes doce e gentil, seu humor mudava com certa facilidade, era teimosa e muito racional, centrada e egoísta, pensava em si.. mas se perdia em outras pessoas. Deixemos isso pra lá, passaria horas aqui a escrever e não chegaria nem perto de decifrá-la o suficiente para descrevê-la verdadeiramente. Eu posso dizer que ela era intensa, era não, continua sendo e se tivermos sorte ela sempre será. Vive tudo que pode, experimenta tudo que lhe atiça a curiosidade, gostos e sabores, amores e desgostos, bebidas e comidas, drogas e sexos, sons e silêncios e o que mais ela conhecer e desejar.

E a história?
Ah sim, a história.. fuga de foco, me perdoem. Bem, Lisa conheceu uma garota do interior, dessas que tu olha e pensa: "de que buraco de mundo veio isso?", é a garota era a típica caipira, sei que vocês conseguem visualizar esta imagem: camisa de botão, macacão jeans desbotado com remendo quadricular, um tênis surrado. Um desastre. Pobre garota esta, Alice era o nome dela.. viera para a capital para estudar, seus pais mandavam dinheiro para ela sobreviver enquanto arduamente procurava emprego nessas bandas, o que de fato era difícil para uma garota como ela que trabalhou a vida inteira no campo ordenhando vacas e correndo atrás do gado da propriedade da família. Se conheceram em uma noite quente, Alice andava perdida com uma colega de faculdade pela Independência, saiam de um bar quando por alguma macete do destino esbarrou na Lisa, esta por sua vez estava ali como fazia todas as sextas-feiras, comprara cocaína e estava bebendo com os amigos.

- Hey, olha por onde anda garota, que merda. disse Lisa com um olhar de desprezo.
- Me desculpe, eu não queria, ah.. a sua cerveja, eu pago outra, desculpe-me, eu, eu ..

[...]
Eu bem poderia contar toda a história, mas vou resumir..
Lisa era uma garota e tanto, e aprendeu a lhe dar com isso, se prostituiu algumas vezes antes de se tornar uma cafetina, se é que poderíamos dizer isto dela sem recebermos um daqueles olhares, na verdade ela parecia ser a abelha rainha em um colméia, nesse caso um caberet. e a Alice? digamos que a Lisa mudou a vida dela. Sexo, drogas, amores, jogos, apostas, dinheiro, ilusão, homens, desejo, medo, mulheres, prazer, trapaças, falsidades, aliados, verdade, poder, dor, sangue, adrenalina, mentira, vontade, satisfação, melancolia, morte, sonho, solidão, paz e tantos quereres.

- Lembra de ter lido isso?
"Vou lhe contar uma história. Se ela é real ou não, não sei ao certo."

Ótimo.
deixa eu te contar um segredo? -Prazer, Lisa.
-
Um curta, uma história, duas garotas. Quereres.

"Onde queres o ato eu sou o espírito, e onde queres ternura eu sou tesão
Onde queres o livre decassílabo, e onde buscas o anjo eu sou mulher
Onde queres prazer sou o que dói, e onde queres tortura, mansidão
Onde queres o lar, revolução, e onde queres bandido eu sou o herói."

domingo, 22 de junho de 2008

lembrai do cinco de novembro

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"Boa Noite, Londres. Permitam que eu primeiramente desculpe-me por esta interrupção. Eu, como muitos de vocês, gosto de parar para apreciar os confortos da rotina diária, a segurança, a família, a tranquilidade. Eu aprecio-os tanto quanto todo mundo. Mas no espírito de comemoração, daqueles eventos importantes do passado associados geralmente com a morte de alguém ou ao fim de algum esforço sangrento terrível, uma celebração de um feriado agradável, eu pensei que nós poderíamos marcar este 5 novembro, um dia que não é recordado, fazendo uso de algum tempo fora de nossas vidas diárias para sentar e ter um bom bate-papo. Há naturalmente aqueles que não querem que eu fale. Eu suspeito que agora mesmo, estão dando ordens aos telefones, e os homens com armas estarão aqui logo. Por que? Porque mesmo que a violência possa ser usada no lugar da conversação, as palavras reterão sempre seu poder. As palavras oferecem os meios ao povo, e para aqueles que escutarão, o anúncio da verdade. E a verdade é que há algo terrivelmente errado com este país, não há? Crueldade e injustiça, intolerância e depressão. E onde uma vez você teve a liberdade a objetar, pensar, e falar, você tem agora os censores e os sistemas de escutas que exigem seu conformidade e que solicitam sua submissão. Como isto aconteceu? Quem é responsável? Certamente há aqueles mais responsáveis do que outros, e serão repreendidos, mas a verdade seja dita outra vez, se você estiver procurando o culpado, você necessita olhar somente em um espelho. Eu sei porque você o fez. Eu sei que você estava receoso. Quem não estaria? Guerra, terror, doença. O medo começou melhor de você, e em seu pânico você girou para o agora alto-chanceler, Adam Sutler. Prometeu-lhe a ordem, prometeu-lhe a paz, e tudo que exijiu no retorno era seu consentimento silencioso, obediente.
Na última noite eu procurei terminar esse silêncio. Na última noite eu destruí o Old Bailey, para lembrar este país do que ele se esqueceu. Há mais de quatrocentos anos um grande cidadão desejou encaixar para sempre o 5 de novembro em nossa memória. Sua esperança era lembrar o mundo que a justiça e a liberdade são mais do que palavras, são perspectivas. Assim se você não visse nada, se os crimes deste governo permanecessem desconhecidos a você então eu sugeriria a você que passe o 5 de novembro em branco. Mas se você ver o que eu vi, se você sentir como eu me sinto, e se você procurar como eu procuro, então eu peço-lhe para estar ao meu lado em um ano, fora das portas do Parlamento, e juntos, nós daremos a todos um 5 de novembro inesquecível!"

V. for Vendetta

terça-feira, 10 de junho de 2008

anteontemoudepois

7:42 am - Frio.

Uma cama, um cobertor, ela.
Por meia hora fiquei só observando-a dormir levemente
quisera eu fazer parte do imaginário dela naquele instante.
Deitei, e não demorou muito para que notasse minha presença ali.

- Tu demorou, amor.
- Tudo bem, tô aqui. Shiiiiii.

Ela sorriu e se aconchegou no meu ombro.
Seis meses já haviam passado e eu me encantava
toda vez que olhava aquele lindo rosto.
Dormi e o tempo passou.

Ela se foi. O telefone tocou.
Uma hora e meia de ligação e estava tudo acabado! ACABADO!
Lembro-me de ter dito: - Eu não quero mais, ponto final.
Jamais me entenderei por tal ato.

Um banho gelado. Um cigarro. Um café.
Nada além disso. NADA!
Não há fome, não há mais desejo algum.
O dia se passou.

10:37 pm - Frio.
Uma cama, um cobertor, sem ela.
Apenas lembranças.
Solidão.

sexta-feira, 9 de maio de 2008

perdição

Prendeu sua mão direita a nuca e entrelaçou os dedos firmemente nos cabelos negros e brilhantes da garota que conhecera a menos de 2 horas. neste momento sua mão esquerda deslizava suavemente pelas curvas da moça. esta por sua vez parecia ter sido uma presa fácil pois se entregara sem esforço algum de resistencia. a adrenalina de estar envolta por uma completa estranha era melhor que morfina! estava gelada mesmo fervendo por dentro, estala ali onde não havia espaço, nem olhares, nem tempo, nem nada que a fizesse ponderar o que fazia.


Já para a garota que lhe seduzia a sensação se assimilava a mesma que um ladrão deve sentir após levar o que desejava sem ter sido notado, uma volúpia inesquecível. prazer, fazia isto pelo prazer da conquista, pela posse, pelo orgulho, fazia com desdenho, fazia por tesão! como se roubasse a ingenuidade da estranha, como se a tomasse sem pedir licença e sem agradecer no final. era tão bela, tão desejável. tinha cabelos nos ombros, escuros em uma mistura de tons, olhos brilhantes, fortes, seguros, envolventes e negros, uma pele clara, rosada do calor do momento, lábios firmes que beijavam suavemente, dentes branquinhos e ferozes que teimavam em deixar pequenas marcas.

A medida que a pobre presa se entregava descobria o sabor do corpo da garota que a envolvera, era um corpo atraente, era um corpo amargo e ao mesmo tempo doce, tinhas pernas firmes, mas nem se comparavam a firmeza do toque das mãos dela, parecia saber exatamente o que estava fazendo, exatamente onde tocar, exatamente como agir. era uma caçadora voraz, mas não passava de uma menina. eis o mistério e a razão de tantas se deixaram envolver nos braços dela. encanto, curiosidade, desejo, vontade, medo, excitação, prazer. Apenas pelo prazer.

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Tão correto e tão bonito
o infinito é realmente um dos deuses mais lindos.

sexta-feira, 2 de maio de 2008

minha verdade

como uma atriz decadente me entrego ao chão deste palco.

não trago mais na bolsa aquelas balas coloridas, nem os brilho dos espetáculos anterios, os restígios de uma vida fracassada, nem mesmo carrego um belo batom vermelho. apenas encontram-se lá alguns mangos, algumas porcarias jogadas, uma carteira de cigarros amassados e um lápis de olho preto apontado. minha vida poderia bem se resumir a isso. poucas coisas. nada de real valor, nem importancia. entrego-me aos meus vícios, aos meus desejos, aos meus anseios, aos meus medos, as minhas incertezas e até mesmo aos meus amores. ah, os amores. um para cada vez que vi as cortinas vermelhas de veludo se abrirem, um novo a cada aclamar de palmas no final da noite. tantos e tão poucos.

saudades dos tempos de noites longas, dos tempos em que flores eram entregues enquanto a maquiagem era retirada do meu rosto, dos lábios, da pele. Hoje ela está entranhada, como uma máscara que não quer ser removida, como uma proteção aos olhos alheios, medo? não, pois as luzes não me focam mais. a realiadade é fria, mas nada se compara às ruas desta cidade a noite, nem a cama que me espera ao voltar pra casa, gélida. o sangue não ferve mais, o suor nunca mais fora sentido e o sabor do veneno mortal jamais lembrado. pensar no passado machuca, tentar revivê-lo não apetece, mas tentar esquecê-lo é algo ainda mais difícil. não quero mais os palcos, não quero mais atuar, quero apenas viver, apenas sonhar, quero na boca a palavra prazer vindo antes do nome. apenas isso e uma xícara de chocolate quente.

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Tragam-me rosas vermelhas, não brancas!

nostalgia

por um instante as coisas pareciam estar nos seus devidos lugares, voltei a sentir tuas mãos em minhas costas arranhando-as com tanta ferocidade que senti meu sangue escorrer lentamente pela pele agora rosada e sedenta de desejo. senti tua respiração no meu ouvido, aquele ar quente que te faz viajar sem sair do lugar. pude apreciar teu perfume espalhado no ar, pude novamente tocar seus lábios macios e suculentos levemente adocicados pela bala de menta que teimas em deixar derreter sobre a língua. senti o teu suor, senti o teu gosto, senti cada pequena parte tua em mim. todas. senti as tuas contrações, teus arrepios, teus palpitares. realmente as coisas pareciam estar nos seus devidos lugares. então abri os olhos e me vi deitada completamente despida envolta em um lençol gélido, sozinha.

quinta-feira, 24 de abril de 2008

aos meus heróis

Pura pretenção postar esta música aqui.
Mas a letra me faz muito sentido.

Faz muito tempo que eu não escrevo nada,
Acho que foi porque a TV ficou ligada
Me esqueci que devo achar uma saída
E usar palavras pra mudar a sua vida.

Quero fazer uma canção mais delicada,
Sem criticar, sem agredir, sem dar pancada,
Mas não consigo concordar com esse sistema
E quero abrir sua cabeça pro meu tema

Que fique claro, a juventude não tem culpa.
É o eletronic fundindo a sua cuca.
Eu também gosto de dançar o pancadão,
Mas é saudável te dar outra opção.

Os meus heróis estão calados nessa hora,
Pois já fizeram e escreveram a sua história.
Devagarinho vou achando meu espaço
E não me esqueço das riquezas do passado.

Eu quero “a benção” de Vinícius de Morais,
O Belchior cantando “como nossos pais”,
E “se eu quiser falar com...” Gil sobre o Flamengo,
“O que será” que o nosso Chico tá escrevendo.

Aquelas “rosas” já “não falam” de Cartola
E do Cazuza “te pegando na escola”.
To com saudades de Jobim com seu piano,
Do Fábio Jr. Com seus “20 e poucos anos”.

Se o Renato teve seu “tempo perdido”,
O Rei Roberto “outra vez” o mais querido.
A “agonia” do Oswaldo Montenegro
Ao ver que a porta já não tem mais nem segredos.

Ter tido a “sorte” de escutar o Taiguara
E “Madalena” de Ivan Lins, beleza rara.
Ver a “morena tropicana” do Alceu,
Marisa Monte me dizendo ”beija eu”
Beija eu, Beija eu Deixa que eu seja eu

O Zé Rodrix em sua “casa no campo”
Levou Geraldo pra cantar no “dia branco”.
No “chão de giz” do Zé Ramalho eu escrevi
Eu vi Lulu, Benjor, Tim Maia e Rita Lee.

Pedir ao Beto um novo “sol de primavera”,
Ver o Toquinho retocando a “aquarela”,
Ouvir o Milton “lá no clube da esquina”
Cantando ao lado da rainha Elis Regina.

Quero “sem lenço e documento” o Caetano
O Djavan mostrando a cor do “oceano”.
Vou “caminhando e cantando” com o Vandré
E a outra vida, Gonzaguinha, “o que é?”

Atenção DJ faça a sua parte,
Não copie os outros, seja mais “smart”.
Na rádio ou na pista mude a seqüência,
Mexa com as pessoas e com a consciência.

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Bem-vindo,

Eis aqui o refugio dos meus pensamentos, o diário de campo de uma jovem estudante universitária. A minha caixa de pandora pessoal. Reza a lenda que ao se abrir a caixa pode-se encontrar os males da humanidade: a velhice, o trabalho, a doença, a loucura, a mentira e a paixão. Sinta-se a vontade daqui por diante meu querido. Pegue um terno, uma gravata borboleta, um chapéu e o seu nariz de palhaço e contemple a realidade.

Siga o caminho de tijolos amarelos e encontrarás a Cidade Esmeralda. Acredite.