não trago mais na bolsa aquelas balas coloridas, nem os brilho dos espetáculos anterios, os restígios de uma vida fracassada, nem mesmo carrego um belo batom vermelho. apenas encontram-se lá alguns mangos, algumas porcarias jogadas, uma carteira de cigarros amassados e um lápis de olho preto apontado. minha vida poderia bem se resumir a isso. poucas coisas. nada de real valor, nem importancia. entrego-me aos meus vícios, aos meus desejos, aos meus anseios, aos meus medos, as minhas incertezas e até mesmo aos meus amores. ah, os amores. um para cada vez que vi as cortinas vermelhas de veludo se abrirem, um novo a cada aclamar de palmas no final da noite. tantos e tão poucos.
saudades dos tempos de noites longas, dos tempos em que flores eram entregues enquanto a maquiagem era retirada do meu rosto, dos lábios, da pele. Hoje ela está entranhada, como uma máscara que não quer ser removida, como uma proteção aos olhos alheios, medo? não, pois as luzes não me focam mais. a realiadade é fria, mas nada se compara às ruas desta cidade a noite, nem a cama que me espera ao voltar pra casa, gélida. o sangue não ferve mais, o suor nunca mais fora sentido e o sabor do veneno mortal jamais lembrado. pensar no passado machuca, tentar revivê-lo não apetece, mas tentar esquecê-lo é algo ainda mais difícil. não quero mais os palcos, não quero mais atuar, quero apenas viver, apenas sonhar, quero na boca a palavra prazer vindo antes do nome. apenas isso e uma xícara de chocolate quente.
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Tragam-me rosas vermelhas, não brancas!
Um comentário:
ah, se eu pudesse, eu te daria todas as rosas vermelhas que eu pudesse pegar com a mão
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